Nos últimos tempos, a resposta-padrão “foi um hacker” vem sendo muito utilizada para justificar ou tentar compreender quando um sistema sai do ar, ou quando há um grande volume de dados vazados, ou ainda quando alguém se apropria indevidamente de um ambiente virtual que não lhe pertence e passa a extorquir e até a ameaçar o proprietário. São muitos e cada vez mais frequentes os casos noticiados de invasões a sistemas que até então pareciam invioláveis.
Estudo divulgado pela empresa holandesa Surfshark revela que, somente no ano passado, 24,2 milhões de perfis brasileiros foram de alguma forma violados por ataques ou simplesmente invadidos por deixarem alguma brecha nos sistemas. Entre 20 países avaliados, o Brasil ocupa o sexto lugar em relação a crimes cibernéticos. “Infelizmente, todos estamos sendo seguidos por hackers. Hoje em dia existe até mesmo a possibilidade de se contratar serviços que infectam computadores de grandes corporações com o objetivo de enfraquecer a concorrência. Mais importante: pessoas e empresas têm de se perguntar quanto de informação estão dispostos a perder e avaliar, com auxílio de um consultor especializado, todos os riscos envolvidos”, afirma Adriano Filadoro, CEO da Online Data Cloud.
Há que se levar em conta que se trata de uma briga de gato e rato. Ou seja, hackers estão sempre tentando invadir sistemas. Quando conseguem, é preciso de um tempo para recuperar as informações perdidas. “Uma pessoa pode não recuperar fotos ou documentos que não contavam com back-up ou armazenamento em nuvem. Mas há negócios que não dispõem sequer de dez minutos fora do ar, caso contrário a perda financeira – bem como reputacional – é imensa. É o status das informações que determina o ponto de recuperação”, diz Filadoro – alertando que há inúmeras soluções de back-up na nuvem e recuperação de desastres.
Na opinião do executivo, não se pode mais contar com a “sorte”. Com a implantação da tecnologia 5G em andamento, há a expectativa de uma verdadeira revolução no segmento de redes e comunicações, com taxas de transmissão ultrarrápidas – que podem ser 20 vezes mais rápidas que o 4G atual. Todo esse avanço tem de ser visto de duas perspectivas: ganhos e perdas. “Obviamente, as novas tecnologias estão aí para facilitar também a vida dos cibercriminosos. Portanto, a gente tem de avançar com soluções de segurança na mesma medida em que avançamos com soluções de crescimento”.