Adriano Filadoro, da Online Data Cloud, aponta SEIS competências fundamentais para “pisar nas nuvens” com segurança
Muitas empresas estão migrando para a nuvem por questões de agilidade, inovação e redução de custos. Mas, de acordo com Adriano Filadoro, diretor da Online Data Cloud que é especialista no assunto, há muita desorientação nessa jornada. “Não se trata de um milagre, mas, quando usada corretamente, a nuvem pode transformar um negócio. Por outro lado, quando as empresas tomam decisões sem conhecer em detalhes componentes importantes, ou ainda quando não se preocupam em implantar uma cultura de mudança para evitar que as pessoas com ou sem intenção depreciem a iniciativa, os resultados podem ser comprometidos. Por isso é fundamental que a direção da empresa conheça em profundidade suas equipes, seus aplicativos e serviços, tendo em mente quais gargalos poderão ser solucionados com a migração para a nuvem. Caso contrário, será um desperdício de esforços e recursos”.
Para evitar desgastes, desperdícios e perdas financeiras, Filadoro revela SEIS competências fundamentais para que as empresas possam migrar seus dados, aplicativos e serviços para uma ou mais nuvens com chances aumentadas de sucesso:
1. Saber em profundidade quais são os gargalos da empresa
A primeira pergunta a ser respondida é: Que problema precisa ser resolvido? A partir daí é possível desenvolver uma estratégia de nuvem, seja para reduzir a emissão de carbono, seja para aumentar a agilidade dos desenvolvedores, ou ainda para reduzir custos. “É importante conhecer os gargalos para encontrar na nuvem soluções para os principais problemas. No caso da agilidade, por exemplo, é necessário ser capaz de alavancar serviços de nível superior, como serviço de banco de dados, recursos de aprendizado de máquina etc. A infraestrutura se torna praticamente desnecessária, já que esses recursos são acessíveis por meio de APIs (Interface de Programação de Aplicações) – responsáveis pela integração de sistemas com linguagens totalmente distintas de forma segura e rápida”, diz o especialista.
Filadoro diz, ainda, que o provedor de nuvem lida com toda a infraestrutura, middleware e dimensionamento automático, enquanto os desenvolvedores podem criar rapidamente aplicativos de negócios de alto valor em cima desses serviços. Já se a estratégia é migrar para a nuvem para ganhar mais escalabilidade e confiabilidade, a modernização de aplicativos e a criação de novos aplicativos nativos em nuvem são a melhor resposta. “O recado aqui é muito claro: é preciso conhecer os gargalos do negócio para criar uma estratégia de nuvem que atenda a demandas específicas”.
2. Estar pronto para lidar com a cultura da empresa e a resistência das pessoas
Sempre que uma nova tecnologia é implantada numa empresa, há três componentes de mudança que devem ser tratados: pessoas, processos e a própria tecnologia. “Antes de iniciar a jornada para a nuvem, é fundamental preparar as equipes para lidar com esse tipo de mudança. Há casos, por exemplo, que toda a iniciativa de migração para a nuvem cai por terra pelo simples fato de que a cultura da empresa está engessada, as pessoas não se esforçam para entender como esse salto tecnológico facilitará sua rotina e poderá melhorar o desempenho do lugar em que trabalham. Em muitos casos, antes é necessário implantar planos de prevenção a possíveis problemas relacionados ao comportamento do grupo”.
3. Conhecer em detalhes o portfólio de aplicativos
Assim como é fundamental conhecer a cultura da empresa e fazer ajustes quando necessário, antes de migrar para a nuvem é importante ter uma clara noção do desempenho dos aplicativos que fazem parte do portfólio atual da empresa. São as características deles que vão determinar a complexidade, os custos e a duração da migração para a nuvem. “É preciso responder: Quais são os aplicativos essenciais para o negócio? Eles têm requisitos de alta segurança e conformidade? Existem aplicativos de mainframe? Existem candidatos para migrar para aplicativos SaaS? Como são as arquiteturas dos aplicativos? Os aplicativos estão prontos para a nuvem ou exigirão um esforço de modernização? Alguns aplicativos podem ser excluídos, suspensos ou transferidos para a nuvem sem qualquer esforço ou prejuízo? Apesar de parecer uma tarefa inglória, principalmente para empresas que têm centenas de aplicativos, ser capaz de fazer essa análise permitirá determinar uma ordem de prioridade e até mesmo o custo da migração”, alerta Filadoro.
4. Aceitar que mais de uma tecnologia pode ser necessária para atender todas as demandas
“Não existe um provedor de nuvem que atenda de uma vez só todas as necessidades de uma empresa. Existem várias tecnologias específicas para cada demanda interna, incluindo hardware, software e recursos que precisam ser integrados para alcançar resultados comerciais positivos. Sendo assim, existe uma abordagem específica para cada organização migrar para a nuvem. É um erro tentar fazer tudo com um único provedor, já que cada provedor de nuvem tem seus pontos fortes. Portanto, em muitos casos é altamente recomendável contar com vários provedores, garantindo que os fornecedores escolhidos possam ser integrados sem problemas. Isso é justamente o que torna a nuvem tão empolgante: sua capacidade de integrar recursos. Só assim é possível gerenciar uma grande quantidade de dados de clientes armazenados em servidores, analisar tudo usando um software de inteligência artificial e ainda usar essas informações para melhorar a tomada de decisões”, diz o executivo.
5. Saber exatamente quem são os responsáveis pelos dados da empresa
Um dos grandes temores de muitos empresários é crer que perderá o controle sobre os dados da empresa, ficando na dependência do fornecedor de nuvem. Outros, por sua vez, acreditam que, uma vez realizada a migração, se desincumbem de qualquer responsabilidade. “É certo que o provedor de serviços em nuvem assume determinadas responsabilidades que antes eram de propriedade interna. Mas o nível de responsabilidade é determinado pelo modelo de serviço em nuvem que o provedor está fornecendo, seja software como serviço (SaaS), plataforma como serviço (PaaS) ou ainda infraestrutura como serviço (IaaS)”, explica Filadoro.
O provedor de IaaS em nuvem geralmente assume a responsabilidade de gerenciar e proteger a camada de infraestrutura. A empresa ainda é proprietária do gerenciamento e da proteção da pilha de aplicativos, da camada do aplicativo e da camada do usuário. Mas a segurança é uma responsabilidade compartilhada entre o fornecedor e a empresa. Já no modelo PaaS, o provedor de serviços em nuvem aumenta a pilha e assume ainda mais responsabilidades – embora a empresa ainda possua a segurança do próprio aplicativo. Por fim, no modelo SaaS, a empresa terceiriza todo o gerenciamento e a segurança da tecnologia para o provedor de serviços, ficando sob seu encargo apenas a administração e o gerenciamento de contas dos IDs (identificações).
Segundo Filadoro, a maioria das empresas acaba combinando dois ou mais modelos de serviços. “Por isso, é fundamental saber com clareza quem é responsável pelo gerenciamento e proteção dos dados – o que faz com que muitas empresas terceirizem a gestão dos serviços em nuvem. Afinal, é essencial entender como cada provedor de serviços gerencia suas responsabilidades e saber lidar com a integração entre os vários componentes de tecnologia dos fornecedores”.
6. Ter uma ampla noção de custos
“A migração para a nuvem é bastante motivada pelo custo. Não são poucas as empresas que decidem migrar para a nuvem a fim de reduzir custos e consolidar ou eliminar data centers. A nuvem pode resultar numa redução relevante de custos se for gerenciada corretamente. Mas sem uma estratégia de otimização de custos, o investimento pode não dar o retorno esperado. No modelo de data center, muito dinheiro é gasto para recursos ociosos ou usados ??em uma fração de sua capacidade. No modelo adotado pela nuvem, chamado de pay-as-you-go, a empresa paga pelos recursos de que precisa e somente quando precisa. Pode parecer simples, mas exige que a direção da empresa compreenda bem como funcionam preços e finanças na nuvem”, esclarece o executivo da Online Data Cloud.
Fonte: Adriano Filadoro, sócio-diretor da Online Data Cloud – empresa com 25 anos de atuação na indústria de tecnologia da informação. www.onlinegroup.com.br